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REFERÊNCIA HISTÓRICA


A Confraria do Senhor dos Passos, da Cidade de Valongo, foi instituída no Ano de 1710.

Foi seu instituidor João Vieira de Mesquita, homem abastado, natural de Fânzeres.
Este, marido extremamente ciumento, duvidava da fidelidade de sua mulher, e um dia, em que o seu doentio ciúme atingiu o auge, apoderou-se dela e levou-a para uma propriedade que possuía no lugar do Moinho do Ouro, em Valongo.
A viagem foi dramática e penosa, pois o marido desvairado fez sua desditosa mulher, senhora de condição, percorrer a longa distância entre Fânzeres e Valongo, através de montes e vales, descalça e sob os mais humilhantes enxovalhos.
Rodaram os anos, e a verdade desnudou-se: o marido ciumento veio a certificar-se de que havia cometido uma tremenda injustiça, pois sua mulher sempre havia sido esposa exemplar.
Então, torturado pelo remorso, o marido arrependido decidiu, para desagravo do seu erro, instituir uma confraria que recordasse à posteridade os passos dolorosos da sua desventurada mulher.
E assim nasceu a Confraria do Senhor dos Passos, também conhecida pela designação de Confraria dos Santos Passos.
Esta Confraria tem Capela privativa, que fica situada ao lado da Igreja Matriz de Valongo. Nessa Capela está sepultado o seu instituidor. Uma pedra, com uma inscrição, cobre a sua sepultura, aberta no meio do pavimento.
Esta Capela tem um altar com três Santuários com as imagens da Senhora da Soledade, Senhor dos Passos e Senhor "Ecce Homo", respectivamente à esquerda, ao centro e à direita.
Os três Santuários são encimados por um "Calvário" que outrora era composto por sete figuras em tamanho natural. Presentemente nele estão colocadas outras imagens provenientes de "passos", que tendo sido edificados pela piedade dos homens foram depois demolidos pelo camartelo do... progresso.
Graças ao bairrismo do Povo de Valongo e à generosidade de algumas Famílias ilustres da Cidade, entre as quais é dever destacar a Família Alves Saldanha, a Confraria do Senhor dos Passos foi sucessivamente enriquecida com valiosas alfaias, que pela sua riqueza e valor artístico podem, sem qualquer exagero de bairrismo, considerar-se como das melhores, no género, do País.
Entre essas alfaias destacam-se: a túnica do Senhor dos Passos, que é de veludo roxo, bordado a ouro; o vestido e o manto da Senhora da Soledade, que são de finíssima seda, também bordados a ouro; o pálio, feito de gorgorão roxo belamente bordado a ouro e prata.
Este último é uma peça de valor inestimável que, só por si, constitui legítimo orgulho para a Cidade de Valongo. Foi ofertado à Confraria, em 1905, pelo falecido e ilustre Valonguense João Alves Saldanha.


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sexta-feira, 5 de março de 2010

Concerto de Órgão

Realiza-se no Próximo Domingo pelas 18h, na Igreja Matriz de Valongo, um Concerto de Órgão pelo Organista Filipe Veríssimo.

FILIPE VERÍSSIMO

Filipe Veríssimo (Porto, 1975) é licenciado em Música Sacra pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa onde estudou órgão e improvisação com M. Bernreuther, J. Blasby e F. Lehrndorfer, direcção de coro com Eugénio Amorim, Jorge Matta e Jorg Straube e direcção de orquestra com Cesário Costa.
Frequentou diversos cursos de aperfeiçoamento e masterclasses de órgão com L. Antoniotti, O. Latry, E. Lebrun, P. Planiavsky, D. Roth e F. Stoiber, e de direcção coral com H. Velten.
É detentor do 1º prémio do 1º Concurso Nacional de Órgão.
É professor de órgão no Curso Nacional de Música Litúrgica (Santuário de Fátima) e no Seminário Maior do Porto.
Gravou para a Numérica a obra integral para órgão de N. Brunhs e as 4 sonatas para órgão de C. Seixas.
Em 2002, foi nomeado Organista Titular e Mestre Capela da Igreja da Lapa (Porto). Desde então tem desenvolvido, em estreita colaboração com o Cónego Dr. Ferreira dos Santos, um intenso trabalho como director de coro e orquestra, tendo preparado e dirigido algumas das mais importantes obras do repertório coral sinfónico.
Neste contexto, Filipe Veríssimo apresentou, durante o ano de 2006, a integral das Missas e Sonatas de Igreja de W. A. Mozart celebrando desta forma os 250 anos deste genial compositor. Colaborou com os Maestros Ricardo Tacuchian (estreia nacional da Cantata de Natal de R. Tacuchain), Robert Hix (Messias de Haendel), Álvaro Cassuto (Requiem de Mozart), Jorge Matta (Grande Missa em Dó menor de Mozart e Missa de GLoria de Puccini), Johannes Skudlik (Oratória de Natal de Bach) e com Cesário Costa (primeira audição mundial do Poema Coral Sinfónico “Portugal” de Ferreira dos Santos).
Como organista, tem realizado várias “tournées” de concertos, a maior parte das vezes integrados em Festivais nacionais e internacionais de Órgão, em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Bélgica. Actualmente integra uma equipa internacional de organistas que realizarão, entre 2009 e 2011, uma tournée europeia de concertos com a obra “La Révolte des Orgues” para Grande Órgão, oito órgãos positivos, percussão e maestro do célebre organista e compositor francês, Jean Guillou. Foi organista na Sinfonia “Órgão” de Saint-Saëns recentemente apresentada pela Orquestra Nacional do Porto sob a direcção musical do maestro norte-americano Gerard Schwarz.
Tem-se dedicado à apresentação, em primeira audição, de algumas obras do P. Ferreira dos Santos: para além de vários motetes e cânticos para a Liturgia devem-se destacar a Missa para três vozes femininas, flauta, oboé e órgão; a Missa para vozes masculinas em uníssono, clarinete, fagote e órgão; a Oratória de Natal para soprano, trompete e órgão e a Paixão segundo São João para solistas, coro e orquestra.

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